Vídeo mostra governador afastado comentando sobre portal que fica em área turística disputada por Tocantins e Goiás
Disputa TO e GO: comunidade se sente prejudicada enquanto o STF analisa O governador afastado, Wanderlei Barbosa (Republicanos), postou um vídeo nas redes soci...
Disputa TO e GO: comunidade se sente prejudicada enquanto o STF analisa O governador afastado, Wanderlei Barbosa (Republicanos), postou um vídeo nas redes sociais comentando sobre o portal de entrada instalado pelo governo na divisa entre Goiás e Tocantins. A região tem potencial turístico e virou alvo de uma disputa judicial entre os dois estados. “Daqui para frente está o complexo do Canjica, o complexo do Prata, o complexo das Águas, a cachoeira do Catoa. É um complexo turístico do Tocantins, mas claro, nós não vamos ficar brigando com irmãos tão importantes como são os goianos”, diz o governador afastado em vídeo publicado nas redes sociais, em março de 2025. Além do portal marcando a divisa entre os estados, o governo do Tocantins fixou placas em diversos atrativos. A área tem diversas trilhas que levam turistas a cachoeiras e outras paisagens impressionantes. Para a Polícia Federal, Wanderlei seria dono de uma chácara nas proximidades da região. Por meio de nota, o governador afastado, Wanderlei Barbosa, declarou que quando houve a instalação do portal de entrada do Tocantins, o entendimento do Exército Brasileiro, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Procuradoria-geral do Tocantins e Secretaria do Planejamento era de que ali estaria localizada a divisa com o estado de Goiás. E, ainda segundo a nota, a instalação foi feita com o intuito de fomentar o turismo da região e servir como referência para as pessoas que passam pelo local. Wanderlei Barbosa postou vídeo comentando instalação do portal Reprodução/TV Anhanguera 📱 Clique aqui para seguir o canal do g1 TO no WhatsApp LEIA MAIS Trilhas e cachoeiras: conheça área turística que é alvo de disputa entre Tocantins e Goiás Polícia Federal aponta que Wanderlei Barbosa tem chácara em região turística que virou alvo de disputa entre Goiás e Tocantins A Procuradoria-Geral de Goiás entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal, denunciando que o governo do Tocantins ocupou a área de forma irregular. São quase 12,9 mil hectares em disputa. Um total de 129 quilômetros quadrados. O Estado de Goiás alega que houve um equívoco do Exército em 1977, que considerou o Ribeirão Ouro Fino como a marca de divisa, quando deveria ser considerado o Rio da Prata. Essa informação chegou a ser destacada pelo IBGE em 2017, que apontou divergência. O prefeito de Paranã, Phabio Moreira (Republicanos), recebeu a ação com surpresa e entrou em contato com a Procuradoria-geral do Estado para entender o processo. "Estamos aqui para ajudar a qualquer esclarecimento. Vamos continuar prestando os serviços públicos para comunidade, eu acho que a comunidade não pode ser prejudicada, o mais importante é cuidar das pessoas que estão lá”. O governo do Tocantins informou que está tomando medidas para defender o território e que um grupo de trabalho foi formado com o Instituto de Terras do Tocantins e a Secretaria do Planejamento e Orçamento para reunir documentos, mapas e registros que provem que essas terras pertencem ao Tocantins. Também afirmou que técnicos estão em campo em diversos municípios da região sudeste para acelerar a regularização das terras de pequenos produtores. O governo ainda afirma que essas ações garantem segurança jurídica e o desenvolvimento da região. Região tem comunidade quilombola Cachoeiras e piscinas naturais em complexos turísticos em Paranã Vanildo Tavares/Divulgação No meio da disputa entre os estados fica a comunidade quilombola Calunga dos Morros, que se diz prejudicada. Parte dos atrativos turísticos fica dentro do território deles. “A gente acaba perdendo porque nós não estarmos no território, no Goiás. Então, acabou que muitos benefícios a gente já, alguns já tinha pego antes, e agora, depois de cinco anos pra cá, a gente não consegue nada. Empréstimos, está tudo paralisado. A nossa comunidade, ela não consegue nada. Tudo que a gente vai fazer é barrado por essa disputa de território”, afirmou a guia turística Elcione Kalinga. O líder quilombola Williasmar Tiago dos Santos, líder da comunidade quilombola Claro, Prata e Ouro Fino, afirma que o Estado do Tocantins deixou as comunidades de fora do desenvolvimento turístico que pertence ao território deles. “Infelizmente, esses projetos que foram trazidos pra cá, eles não têm esse viés voltado para a população negra, população quilombola. O que queremos é que venha um desenvolvimento que some nessa questão, como capacitação”. Íntegra da nota do governo do Tocantins O Governo do Tocantins, por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), está adotando todas as medidas necessárias para resguardar o território tocantinense em razão da recente ação impetrada pelo Estado de Goiás junto ao STF, que questiona áreas localizadas na região sudeste, especialmente no município de Paranã-TO e no distrito de Campo Alegre. Para subsidiar a defesa do Estado, foi criado um grupo de trabalho integrado entre o Instituto de Terras do Tocantins (Itertins) e a Secretaria do Planejamento e Orçamento (Seplan), com o objetivo de reunir informações técnicas, mapas e registros fundiários que comprovem a titularidade tocantinense sobre as áreas em disputa. O Itertins já iniciou uma ampla varredura nas titulações de terras dessas regiões e enviou equipes técnicas a diversos municípios do sudeste tocantinense, com destaque para Taguatinga, a fim de acelerar o processo de regularização fundiária de dezenas de pequenos posseiros e agricultores. O Governo reforça que as ações de campo fazem parte do compromisso do Estado com a segurança jurídica, o desenvolvimento regional e a proteção do território tocantinense Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.