Pretos e pardos ganham 30% a menos que brancos em MT, aponta IBGE
Quanto ganham os brasileiros? Renda varia mais que o dobro entre estados, mostra IBGE A desigualdade de renda segue marcando o mercado de trabalho em Mato Gross...
Quanto ganham os brasileiros? Renda varia mais que o dobro entre estados, mostra IBGE A desigualdade de renda segue marcando o mercado de trabalho em Mato Grosso. Dados da Síntese de Indicadores Sociais 2025, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (3), mostram que pessoas pretas e pardas ganharam, em média, 30,1% menos que pessoas brancas no estado em 2024. Enquanto trabalhadores brancos tiveram rendimento médio de R$ 4.297, a renda de pretos e pardos ficou em R$ 3.006. A diferença também aparece entre homens e mulheres: elas receberam 25,6% a menos que eles, foram R$ 2.843 contra R$ 3.823. Mesmo com uma das menores taxas de desemprego do país, com 2,7%,o levantamento mostra que a cor da pele e o gênero ainda influenciam quem consegue os melhores salários e as vagas mais estáveis. Desocupação cai, mas desigualdade permanece A taxa de desocupação em Mato Grosso caiu 0,7 ponto percentual em relação ao ano anterior, mas não afetou todos os grupos da mesma forma. Entre brancos, o desemprego foi de 2,1%. Já entre pretos e pardos o número foi de 2,9%. Entre as mulheres, chegou a 3,7%, quase o dobro da taxa masculina, com 1,9%. O estado também registrou que 64,2% dos trabalhadores estavam em empregos formais. A formalidade é maior entre brancos, com 67,8%, e menor entre pretos e pardos, com 62,6%.. Crescimento de renda Ainda conforme o levantamento, o rendimento domiciliar per capita subiu 9,9% no estado, chegando a R$ 2.245, um aumento maior que a média nacional, que foi de 4,9%, nesse mesmo período. Mesmo assim, a concentração de renda segue elevada: o Índice de Palma, que compara o quanto ganham os 10% mais ricos em relação aos 40% mais pobres, ficou em 2,34 no ano passado. O Índice de Gini, que mede desigualdade, caiu de 0,453 para 0,442, mas continua indicando forte concentração de renda, principalmente em Cuiabá, onde alcançou 0,510. Educação avança, mas acesso é desigual O estudo também analisou indicadores de educação. Em 2024, 94,2% das crianças de 4 a 5 anos estavam na escola, a maior taxa do Centro-Oeste. Na adolescência, o índice chega a 93,3% entre jovens de 15 a 17 anos. Apesar dos avanços, o estudo mostra que apenas 4,6% dos adultos com mais de 25 anos concluíram o ensino superior, e 6,5% não têm instrução. O endimento domiciliar per capita subiu 9,9% em Mato Grosso Pegatroco/Divulgação Maior rendimento da história O rendimento médio de todas as fontes dos brasileiros atingiu R$ 3.208 em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o maior valor já registrado na série histórica, iniciada em 2012. O cálculo desses valores é feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. O levantamento analisa informações sobre os rendimentos provenientes de todos os trabalhos e de outras fontes. Há 12 anos o rendimento médio era de R$ 2.935. Com isso, o avanço acumulado no período foi de 9,3%, apesar das oscilações provocadas por crises econômicas durante a pandemia. Entre 2012 e 2014, houve alta consistente, chegando a R$ 3.123. Depois, veio a recessão: em 2017, a média caiu para R$ 2.997. Em 2020, o valor subiu para R$ 3.152, mas voltou a cair para R$ 2.888 em 2022, durante a pandemia. A recuperação começou em 2023 (R$ 3.094) até chegar no recorde atual, impulsionada pela retomada econômica e reajustes salariais. 📎 O rendimento médio considera tudo o que a pessoa recebe no mês: salários de todos os trabalhos e outras fontes, como aposentadorias, pensões, aluguel, benefícios sociais, aplicações financeiras e doações. É a soma dessas entradas que forma o indicador divulgado pelo IBGE. Apesar do marco histórico, a média nacional não reflete a realidade heterogênea do Brasil. Quando olhamos para os estados, as diferenças são grandes. O Distrito Federal lidera com R$ 5.037, seguido por São Paulo (R$ 3.884). Na outra ponta, Maranhão (R$ 2.051) e Ceará (R$ 2.053) têm os menores valores. Isso significa que um trabalhador no DF ganha, em média, mais do que o dobro de um trabalhador no Maranhão. Essa disparidade reflete a concentração de empregos no DF (funcionalismo público) e setores de alta remuneração em SP (finanças e gestão). LEIA TAMBÉM: Mulheres têm mais barreiras e ganham menos que 80% dos salários de homens, aponta IBGE Brasil chega aos menores níveis de pobreza e extrema pobreza da série histórica do IBGE Profissões que vão bombar em 2026