Lula celebra presença do setor privado na COP e diz que edição de Belém foi melhor que anteriores
Miriam Leitão: Há expectativa para que Lula trate de combustíveis fósseis em negociações O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou, nesta quarta-fe...
Miriam Leitão: Há expectativa para que Lula trate de combustíveis fósseis em negociações O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou, nesta quarta-feira (19), a integração entre setor público e setor privado durante a COP 30, realizada em Belém (PA). Ele afirmou que a edição brasileira foi superior às anteriores. “Isso aqui fez uma COP melhor do que a de Copenhague, do que a COP de Dubai, do que a COP de Paris, do que a COP de Londres, do que a COP de qualquer lugar, porque aqui o povo foi mais povo”, disse Lula na COP, em Belém. O presidente destacou que, apesar dos desafios logísticos de sediar um evento dessa magnitude no meio da Amazônia, o Brasil demonstrou capacidade de organização. “Era muito importante pra nós colocar a Amazônia como ela é, do jeito que ela é, na cabeça dos povos do mundo inteiro. O Brasil mostrou que é possível”, afirmou. Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de abertura da 30.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP30). Parque da Cidade – Belém (PA) Ricardo Stuckert / Presidência da República Críticas aos países ricos No discurso, Lula voltou a cobrar financiamento internacional para preservação da Amazônia e criticou a falta de apoio dos países desenvolvidos. “Cuidar do clima é cuidar da manutenção e da existência do planeta Terra. [...] Os países ricos precisam ajudar os países pobres. É preciso colocar dinheiro para que quem tem floresta em pé mantenha sua floresta em pé — para que as pessoas possam saber que preservando elas podem ganhar mais do que derrubando”, declarou. Ele também sugeriu que bancos multilaterais, como o FMI e o Banco do BRICS, mudem as condições de cobrança de juros dos países mais pobres, substituindo parte das exigências financeiras por investimentos em transição energética. “Os bancos multilaterais cobram uma exorbitância de juros dos países africanos e dos países pobres da América Latina. É preciso transformar parte dessa dívida em investimento para que a transição energética seja verdadeira. Caso contrário, quem vai sofrer é a parte mais pobre do planeta”, afirmou. Defesa de Janja Lula aproveitou o discurso para defender a primeira-dama, Janja Lula da Silva, alvo de críticas ao longo do ano por assumir um papel de coordenação na organização da COP 30. “Eu não sei quantas vezes uma primeira-dama trabalhou tanto numa COP como a Janja trabalhou. E ela não está aqui porque era minha mulher — ela estava aqui porque tinha uma função. Ela tinha uma representação, dada pela presidência da COP, para percorrer o Brasil e o mundo falando da participação das mulheres”, afirmou o presidente.